quinta-feira, 10 de junho de 2010

Os aromas do cerrado

Os aromas do cerrado

Os olores do cerrado,
perfumes do cerrado...
ora seco...
ora muito seco,
quase nunca são molhados.

Os aromas do cerrado...
odores fustigantes, sabores bem marcantes,
meio doce, meio acre, sabor diferenciado.
de um olor meio abafado.

Quando flora se apresenta,
com seus cheiros e acrescenta
novos sons no chão rachado.
um quase estrondo avisa - que a chuva
estaria cruzando as divisas,
do pantanal com o cerrado.

Os aromas do cerrado
secos, fortes, quentes e
poucas vezes muito molhados.

Esse poema diz um pouco sobre minha passagem pelo estado de Goiás, mais precisamente pela cidade de Anápolis e arredores.

No período de 2000 a 2008 morei em Anápolis, conheci um pouco sobre seus aspectos. Não quero afirmar aqui, que conheço muito de alguma coisa, mas quando a pessoa fica morando um tempo num lugar toma o direito de discorrer sobre. Isso pode ser em conto, relato, poesias.

Eu que já escrevia em versos e prosas desde a adolescência, mas sempre só para me satisfazer e manter a mente funcionando. Quando cheguei lá nos Pirineus fiquei meio perdida sem amigos, sem referências, sem meio saber o que tinha ido fazer naquele "faroeste caboclo". Assim, comecei a voltar minha atenção para os aspectos da natureza. Os aromas do pequi, do solo na época seca, do aroma de terra molhada na época de chuvas, do vento e dos odores de plantas que são levados pelo vento a todos os cantos.

Quando estava só e olhava pela janela do quarto, eu sentia vontade de escrever, mas eu não sabia como descrever tudo aquilo que via. Daí comecei a fazer pequenos versos como este. Para destacar coisas boas, coisas lindas e diferentes que eu via, mas pelo meu estado de tristeza e apatia comum aos que mudam de cidades. Não conseguia descrever de uma forma poética e coerente. Num verso, nos obrigamos a adicionar beleza, sonoridade, encantamento. Leveza para descrever fenômenos naturais e eventos cotidianos. romance para descrever sentimentos e emoções.

Essas coisas eu não sentia. Aliás eu nem sabia que sentia isso e que podia escrever e descrever sobre esse sentir. Só agora que me percebi como sentimentalista. Eu não sabia que emoções e sensações movem os poetas. E que essas emoções são as tintas que pintam um bom poema. E se ele nem for bom, pelo menos é carregado de sentido histórico.

O que meus olhas viram, minha mente pontuou, os meus dedos descreveram com poesia e melodia, coisas que meu coração estava sentindo, mas não consciensiosamente.

Assim em verso, descrevo minhas impressões sobre o cerrado em Anápolis-Goiás.

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